Área do Cliente

Área do Cliente

Área do administrador

Notícias

Evergrande volta a preocupar e bolsas caem, IPCA-15 de setembro e mais assuntos que vão movimentar o mercado hoje

Fala de Jerome Powell também ganha destaque; confira no que ficar de olho na sessão desta sexta-feira (24)

Depois de duas sessões de alívio para os principais índices mundiais, as bolsas voltam a registrar movimento de queda, com o caso Evergrande mais uma vez passando a preocupar.

Segundo a Bloomberg, a incorporadora mais endividada do mundo não deu sinais de ter efetuado o pagamento do cupom de US$ 83,5 milhões, que tem um período de carência antes que qualquer default possa ser declarado. Com isso, as ações da companhia despencaram mais de 11% em Hong Kong.

No noticiário internacional, atenção ainda para a fala de Jerome Powell às 11h (horário de Brasília) em live sobre perspectivas de recuperação econômica, poucos dias depois da reunião do Federal Open Market Committee (Fomc).

Antes disso, no Brasil, atenção ao IPCA-15 de setembro.

Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

Após uma alta expressiva na véspera, a sessão é de baixa para os principais índices mundiais, com as preocupações sobre a incorporadora imobiliária China Evergrande voltando ao radar.

Ainda não há clareza se a Evergrande foi capaz de pagar US$ 83 milhões em juros de títulos denominados em dólar, que venciam na quinta-feira.

Segundo informações da agência internacional de notícias Bloomberg, reguladores do governo instruíram o Evergrande a evitar o default dos títulos de curto prazo denominados em dólares.

É possível ainda que detentores de títulos se beneficiem de um período de carência de 30 dias. A expectativa dos investidores é de que o impacto sobre Wall Street seja contido. Na quinta, o jornal americano The Wall Street Journal informou que as autoridades chinesas requisitaram que autoridades locais se preparem para a possível derrocada do Evergrande.

Estados Unidos

Com o noticiário sobre a Evergrande, os índices futuros americanos operam em leve queda nesta sexta-feira (24) pela manhã.

Na quinta, os índices registraram o segundo dia consecutivo de ganhos, após o Federal Reserve indicar que não tem perspectiva iminente de suspender sua política monetária expansionista, que vem injetando US$ 120 bilhões mensalmente na economia.

Na quinta, o Dow avançou 500 pontos, em seu melhor desempenho desde 20 de julho; o S&P avançou 1,2%; e o Nasdaq ganhou 1%. Na semana, o Dow acumula alta de 0,5%; o S&P avança 0,4%; e o Nasdaq ganha 0,1%.

Ásia

As bolsas asiáticas tiveram desempenhos variados entre si na sexta-feira, também com os investidores aguardando por mais informações sobre a incorporadora.

O Nikkei, do Japão, avançou 2,06%, na volta de um feriado nacional; na Coreia do Sul, o Kospi teve leve baixa, e fechou em 3.125,24 pontos; em Hong Kong, o índice Hang Seng perdeu 1,45%, em meio a um recuo de 11,61% dos papéis do Evergrande. Na China continental, o Shanghai composto recuou 0,8%.

Cabe ressaltar que o governo chinês continua interferindo na economia e no mercado. O banco central do país anunciou que todas as transações em criptomoedas são ilegais, impactando as cotações do Bitcoin.

Europa

Na Europa, o índice Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, recua 0,6%.

Em uma entrevista na quinta-feira, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirmou que acredita que a exposição direta da Europa ao Evergrande poderá ser “limitada”.

Além disso, o Banco da Inglaterra decidiu na quinta-feira manter sua política monetária inalterada, e reduziu suas projeções de crescimento econômico para o terceiro trimestre do ano, após o Federal Reserve, dos Estados Unidos, indicar na quarta que não vê uma retirada iminente dos estímulos monetários.

Além disso, uma pesquisa divulgada na sexta pelo Instituto IFO indicou que o sentimento para negócios na Alemanha teve em setembro sua terceira queda consecutiva.

Veja os principais indicadores às 7h30 (horário de Brasília):

Estados Unidos

*Dow Jones Futuro (EUA), -0,23%
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,33%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,44%

Europa

*FTSE 100 (Reino Unido), -0,3%
*Dax (Alemanha), -0,76%
*CAC 40 (França), -0,92%
*FTSE MIB (Itália), -0,37%

Ásia

*Nikkei (Japão), +2,06% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,8% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -1,3% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -0,07% (não abriu)

Commodities e Bitcoin

*Petróleo WTI, +0,05%, a US$ 73,34 o barril
*Petróleo Brent, +0,21%, a US$ 77,41 o barril
*Bitcoin, -2,58% a US$ 42.484,41
*Sobre o minério: **O minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian registra alta de 2,47%, a 684,5 iuanes, ou US$ 105,91
USD/CNY = 6,46

2. Agenda

Brasil

8h: FGV divulga seu índice de confiança do investidor, relativo a setembro
9h: Inflação medida pelo IPCA-15, relativo a setembro, com projeção Refinitiv de alta de 1,02% frente agosto e de 9,93% na base anual
9h30: Dados sobre transações correntes e investimento estrangeiro direto, relativos a agosto e denominados em dólares

Estados Unidos

11h: Discurso de Jerome Powell, presidente do Fed
11h: Discurso de Michelle Bowman, integrante do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc na sigla em inglês), do Fed
11h: Dados de novas moradias de agosto

Europa

10h15: Pronunciamento de Philip Lane, do Banco Central Europeu

3. Contabilização da Covid, falas de Bolsonaro e Prevent Senior

Na quinta (23), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 534, patamar 18% acima daquele de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 661 mortes.

As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em 7 dias foi de 34.366, alta de 100% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 25.348 novos casos.

Entre a semana passada e esta semana, a média móvel de novos casos saltou de cerca de 15 mil para 30 mil por conta da inserção de dezenas de milhares de dados represados após um ajuste no sistema que organiza os dados. No decorrer de três dias na última semana, Rio de Janeiro e São Paulo incluíram, ao todo, mais de 150 mil registros de casos.

No início desta semana, o estado do Ceará removeu 12.028 registros, por conta do que afirmou ser uma correção no sistema que concentra os dados. Segundo o estado, essa correção pode voltar a influir no cômputo geral nos próximos dias.

Na terça, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia havia relatado instabilidade no sistema E-SUS Notifica, e por isso não divulgou a sua atualização.

O estado de Roraima não registrou nenhuma nova morte na quarta. E o estado do Acre saltou do patamar de entre 0 e 2 mortes diárias que vinha sendo registrado há dois meses para 18 mortes na terça. A secretaria estadual alega, no entanto, que são mortes antigas, que foram contabilizados apenas agora.

Na segunda, o Ministério da Saúde afirmou que “vem realizando melhorias no sistema e-SUS Notifica para melhor atender as ações de vigilância”. Os problemas não afetaram a contagem de mortos por Covid.

Chegou a 144.307.827 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 67,65% da população. A segunda dose ou a vacina de dose única foi aplicada em 84.428.532 pessoas, ou 39,58% da população.

A dose de reforço foi aplicada em 471.117 pessoas, ou 0,22% da população.

Em sua live semanal na quinta-feira, Bolsonaro afirmou que gostaria de ser o “comandante” do Brasil para definir as regras de vacinação contra a Covid-19, e voltou a reclamar de ter sua autoridade relativizada por decisões judiciais que reconhecem as prerrogativas de prefeitos e governadores para tomarem medidas próprias de imunização no nível local.

O presidente questionou mais uma vez a segurança da vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos, apesar de reconhecer a posição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que autoriza a vacinação dessa faixa etária com o imunizante da Pfizer, e afirmou que gostaria de ser um “norte” para as decisões relacionadas ao tema.

“Falta é um comandante para isso daí. Se eu fosse o comandante, eu saberia como agir, mas não sou o comandante. Eu posso falar que sou contra vacinar menores de 12 a 17… O governador e o prefeito podem ignorar isso daí e tomar a providência que achar que tem que tomar”, disse o presidente. “Falta é um comandante no Brasil, eu queria ser esse comandante. Eu queria ter essa força para decidir. Eu me responsabilizo pelos meus atos”, acrescentou.

Além disso, o Ministério Público de São Paulo criou uma força-tarefa dedicada a apurar as denúncias contra a Prevent Senior. A operadora de saúde é investigada pela CPI da Covid no Senado por supostas irregularidades, dentre elas a de ocultar mortes de pacientes por Covid, obrigar profissionais a prescrever medicamentos ineficazes, alterar prontuários de pacientes e usá-los como “cobaias” para testar a eficácia da hidroxicloroquina e da azitromicina contra a Covid.

A CPI da Covid marcou para a próxima quarta-feira (29) o depoimento do empresário Luciano Hang, dono da Havan e apoiador do presidente Bolsonaro. Sua mãe, Regina Hang, era paciente da Prevent Senior e morreu de Covid, mas isso não foi informado no atestado de óbito divulgado pelo Hospital Santa Maggiore, da operadora.

Senadores querem investigar o suposto envolvimento de Hang na disseminação de notícias falsas em torno da Covid, em especial na defesa de remédios ineficazes.

Também foi convocada Bruna Morato, advogada dos médicos que denunciaram supostas irregularidades na Prevent Senior.
Em entrevista publicada como capa da Folha de S. Paulo nesta sexta, o presidente-executivo da Prevent Senior, Fernando Parrillo, afirmou que o trabalho realizado pela operadora a respeito da cloroquina não seguiu padrões científicos de controle, e não provou a eficácia do remédio contra a Covid. O trabalho foi citado por Bolsonaro e por outros defensores do remédio para este tipo de tratamento ineficaz.

“O artigo não prova que essas drogas funcionam porque, para isso, precisaria de pesquisa científica”, afirmou Parrillo.

4. Reforma administrativa e Bolsa Família

A comissão especial que discute o mérito da reforma administrativa aprovou o texto principal da proposta na quinta-feira, sob críticas e obstrução de integrantes da oposição e de representantes dos servidores públicos.

O texto aprovado uma nova versão apresentada pelo relator, deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), nesta quinta, ainda pode ser alterado por emendas, destacadas para serem votadas separadamente.

Já foram protocoladas mais de 20 destaques. Quando for encerrada a votação na comissão especial, a matéria seguirá ao plenário da Câmara.

Além disso, o governo trabalha para convencer o Senado a aprovar a reforma do Imposto de Renda com o argumento de que não há carta na manga da equipe econômica para financiar a expansão do programa de transferência de renda no ano que vem, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto.

Integrante do governo, a fonte pontuou à agência Reuters em condição de anonimato que, com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, a medida é crucial para viabilizar o Auxílio Brasil, como foi rebatizado o Bolsa Família, e todos os esforços de articulação política estão concentrados nessas duas frentes.

“Bolsa Família é igual a Precatório mais IR”, resumiu.

A ideia é que o programa alcance 17 milhões de famílias, ante 14 milhões atualmente, com benefício médio de cerca de R$ 300, contra cerca de R$ 190 hoje.

Na quarta-feira, o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, indicou que a expansão do programa demanda R$ 26 bilhões ao ano, o que levaria seu custo total a cerca de R$ 60 bilhões.

Como o Bolsa Família consiste em uma despesa de caráter continuado, para torná-lo maior o governo precisa indicar essa compensação para seu financiamento –o que seria feito pela tributação de dividendos na reforma do IR–, além de encontrar espaço, sob a regra do teto, para acomodá-lo, o que viria com a PEC dos Precatórios.

De um lado, há a leitura de que o relator da PEC na comissão especial da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), irá finalizar seu parecer em duas semanas e que o tema irá avançar.

Mas a equipe econômica, de acordo com a fonte, não trabalha por ora com plano B para o financiamento do programa de transferência de renda, razão pela qual considera crucial o Senado caminhar com o texto do IR, que já recebeu chancela da Câmara dos Deputados.

Segundo a fonte, membros do time do ministro Paulo Guedes têm buscado enfatizar que, sem a solução do IR, saídas heterodoxas ventiladas por parlamentares, como uma nova renovação do auxílio emergencial –feita via crédito extraordinário e sem necessidade de cumprir o teto de gastos–, desestabilizariam a economia e seriam mal vistas pelo mercado.

Uma cartilha preparada pelo Ministério da Economia tem sido exibida a senadores mostrando os pontos altos da reforma, incluindo a informação de que a tributação de 15% sobre dividendos atingiria o universo de 20,8 mil brasileiros mais ricos, que receberam R$ 230 bilhões em rendimentos isentos.

5. Radar corporativo

Hapvida (HAPV3) e SulAmérica (SULA11)

Depois de analisar as propostas, os acionistas da HB Saúde aprovaram a venda da companhia para a Hapvida por R$ 650 milhões, segundo comunicado ao mercado enviado pela companhia de capital aberto na manhã desta sexta-feira (24).

A segunda maior operadora de saúde de São José do Rio Preto (SP) também estava sendo disputada pela SulAmérica, que fez uma última oferta de R$ 563 milhões, mas os sócios da HB optaram pela outra proposta.

A oferta da Hapvida foi aceita por acionistas que representam cerca de 59% do capital total. Como o valor da oferta foi de R$ 650,0 milhões para a aquisição de 100% do Grupo HB Saúde, o desembolso previsto para cerca de 59% do capital total seria de aproximadamente R$ 383,5 milhões.

Embraer (EMBR3)

A Embraer anunciou parceria com a empresa norte-americana Pyka para a comercialização de uma aeronave elétrica, autônoma, e voltada a aplicações agrícolas.

A aeronave, Pelican, foi desenvolvida pela Pyka e, segundo a Embraer, é “o primeiro e único avião 100% elétrico autônomo com certificação comercial do mundo”.

A fabricante brasileira afirmou que a parceria com a norte-americana é voltada para tecnologia, certificação, operação e futura comercialização do Pelican. As companhias afirmaram que buscarão oportunidades de potencializar serviços comerciais autônomos, conforme a operação do Pelican se desenvolver no Brasil nos próximos anos.

O modelo já soma mais de mais de 3.000 “missões autônomas…A tecnologia de propriedade da Pyka envolve software de controle de voo autônomo, computadores de bordo, baterias de alta densidade de energia, controladores de motor de alta densidade de potência e fuselagens de fibra de carbono certificadas”, afirmou a Embraer.

brMalls (BRML3)

A operadora de shopping centers brMalls anunciou a compra da empresa de comercialização de mídia Helloo, por valor não revelado.

Segundo a brMalls, a Helloo é especializada em comercialização de mídia out of home (OOH) em elevadores situados em edifícios residenciais.

A companhia afirmou que aquisição serve para ampliar “dominância dos shoppings da brMalls nas áreas de influência, desenvolver novas receitas com alto potencial de crescimento e monetizar os relacionamentos com consumidores, lojistas e anunciantes”.

Ecorodovias (ECOR3)

O conselho de administração da Ecorodovias indicou o italiano Gianfranco Catrini para a presidência-executiva da companhia.

A posse de Catrini fica condicionada à “obtenção de todos os registros e autorizações necessários perante os órgãos competentes”, afirmou a Ecorodovias em fato relevante ao mercado.

O executivo é formado em administração e já trabalhou na Impregilo International Infrastructures, WeBuild e Lane Industries, informou a companhia.

B3 (B3SA3)

O Conselho da B3 aprova JCP de R$ 268,5 milhões e dividendos de R$ 913,3 milhões a acionistas relativos ao resultado do segundo trimestre.

BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3)

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu parecer aprovando, sem restrições, a aquisição de ações da BRF pela Marfrig Global Foods.

Em junho, a processadora de carne bovina elevou sua participação na empresa de alimentos BRF para aproximadamente 31,66%, por meio de leilão na B3.

(com Reuters, Estadão Conteúdo e Bloomberg)